Eu pensei que te esqueceria
Que seria fácil se eu me deixasse envolver
Que quando finalmente me perdesse eu me encontraria
E assim voltaria novamente apenas “eu” ser
Quando o dia começava eu não mais acordava
Eu vagueava por veredas que não quis saber onde me levariam
Me colocava passo a passo em busca de saída e rumava
Tentando te encontrar para enfim despertar
Não sei mais onde buscar respostas
Quando tudo o que parece certo não faz sentido
Queria te apertar em meus braços e em minhas algemas
Velar tua face na escuridão quando adormecido
Passear as mãos pela pessoa que és fisicamente
Vislumbrar o que nenhuma fotografia pode eternizar
Eternizar teus traços, seu som, sua presença em minha
própria mente
Tomar as tuas mãos entre as minhas enquanto me perco no teu
olhar
A cada minuto que passo em busca de um final
Isso em mim sofre mutações
As vezes calmaria em pleno vendaval
Tudo se encaixa e se desfaz em cadeias de emoções
Sei exatamente onde hoje estou e quem eu mesma sou
Onde cada coisa está e o seu balanceio
E me assusto com a maneira que estou
Insanidade e lucidez se mesclam em mim ao menor floreio
Cheguei ao fundo da questão
Ao ápice do que tanto quis encontrar
Me encontro com malas e bagagens nas mãos
Em frente a portas abertas sem querer sair
Quem sou eu e “estranha” o que eu mesma sinto?
Quando perdi o controle da saída?
Quem anda solitária em meio a uma multidão a sentir o vento
Que se enche e se perde no sopro da própria vida?
Estranha… Solitária… Rodeada de pessoas…
Não há mais saídas exceto a própria aceitação
Te aceito estranha como parte de mim sem meras palavras
Me joguei pra me perder e acabei na minha escuridão
Acendendo uma luz para resguardar as saídas
Me jogando as escuras e correndo pela finita imensidão
Colhendo flores de terras onde não habitas
Me perdendo no som do meu próprio coração…
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