Simplesmente lindo, como a mais bela amizade

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domingo, 29 de maio de 2011

Ventania de outono... III





Sábado, maio de 2010

Querido Jona,


Tem vezes em nosso caminho, em que queriamos poder viajar pelo tempo. Retonar a cada estação já visitada e reviver aquele momento.

Existem paradas no meio do caminho, em que se encanta pela paisagem de fora. Em que se deixam lágrimas rolarem pela face. Em que se quer ficar, deixar-se perder naquele sentimento. Sai-se a noite com o céu estrelado; com nada a se ver ao redor em meio a escuridão. Vivendo o dilema do esperar, do voltar para trás. Sem contudo reparar na surpresa maravilhosa a sua frente.

Tem vezes em que temos medo do que não podemos ver. E tantas vezes em que nos julgamos corajosos e nos perdemos por ser orgulhosos demais para pedir socorro. Embrenhamos caminho adentro na escuridão julgando ver o que não há para ser visto. Nos perdemos em meio ao passo certo a que nos confiamos.

O tempo… Aprendemos com o tempo, aprendemos a lutar por cada segundo, ele nos ensina quão poderoso pode ser a nosso favor e o quão impossivel é tentar rumar contra ele. Parecem que fazem anos que nos perdemos por ele. E mesmo com o passar dos anos, ele continua o mesmo.

Descobri durante esse tempo, que de nada adianta correr contra ele… Que é mais sábio esperar o momento certo, de certa forma deixar-se levar com ele.

Querido Jona, começo a sentir saudades. Saudades de um correspondente invisivel… Eu sei, não se sente saudades do que não se vê… Vês como o tempo, assim como ele, sentimentos não se entendem, apenas nos guiam por caminhos que nossa razão desconhece…

A felicidade as vezes não dependem de nossas ações, ou cálculos e quiçá de nossa irredutivel razão… Felicidade é um estado de espirito, depende apenas de acreditar ou não… Sinto que o tempo ensina quem sabe o esperar, quem sabe que o passar dos anos não anuncia o fim, que é apenas o começo de uma nova jornada, que tudo tem seu tempo e o seu fim…

Querido amigo, querido companheiro, querido e fiel tempo… Não há surpresas em se negar, não há vacilação em não acreditar. Não há surpresas inesperadas, ou passos em falso, negação…

Acho que falei mais do que devia, mas… De certa forma isso é o que sinto nesta noite quando olhava o céu estrelado, a observar a maior estrela a meu oeste… São apenas divagações, pedaços de frases que não querem nada dizer e que mesmo assim revelam tudo de mim… Espero que…

Não! Eu não espero. Fique com o céu a noite, saia a sua janela e observe a mesma estrela, eu sei, é maluco, mas pelo menos é algo que podemos fazer juntos…

Com saudades,

Mah

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