Simplesmente lindo, como a mais bela amizade

Simplesmente lindo, como a mais bela amizade

domingo, 26 de agosto de 2012

Uma valsa..



Os teus dedos a se prender na minha pele
Sinto um suspiro entre-cortado dentro do meu peito
Os seus olhos me prendem à teu mundo
E eu tenho certeza do que naquele momento eu sinto

A música suave nos convida
Sinto-te mover para a direita, me convidando a te seguir
Minha cabeça só consegue te acompanhar, então me guias
Sinta a música que se prende no teu próprio olhar, os teus olhos me sussurram

Lembro-me de Tchaikovsky, no dedilhar do violoncelo ao fundo
Era quebra nozes e a minha valsa a tocar
Apenas um rosto desconhecido aos meus olhos
E o sorriso mais lindo que havia me fascinado

Um rodopio em que me apertas em teus braços
O tecido do meu vestido que floreia com a nossa dança
Um, dois, a música toca agora ao fundo
E meu coração bambeia uma batida, perdido no teu olhar

Suavemente outro giro, e tudo parece mais lento
O teu sorriso se perde e os teus olhos me consomem
É tão difícil respirar quando me sussurra algo sob os cabelos
É apenas a nossa valsa que está a terminar, e a recordação mais bela da minha vida

Uma corrente que me toca em choque com teus dedos...
E é tão certo nesse momento me entregar
Confiar em ti quando, num rodopio me ergues no ar
É tão contagiante o sorriso que me inunda o corpo
E me faz perder o sentido quando de novo encaro teus olhos
Fitos no meu...

Sinto então uma luz a invadir-nos
Tendo certeza que o mesmo acontece a você
Uma ultima dança, o último toque momentâneo dos seus dedos
E eu sei que meu coração fica com você...

Um floreio de despedida e a valsa se finda
E eu volto à borda da pista lentamente,
Com o sentimento de uma perda borbulhando na pele,
E naquele instante, em um único rompante você chama a minha atenção
Moça esqueci de dizer: meu coração ficou com você...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ama-me?


Ama-me tão docemente
Como um beijo cálido e casto
Como roçar de asas de uma borboleta, inocentemente
Me ama em cada folego roubado, e em cada gesto, proibido!

Ama-me baixinho
Recitando-me poemas ao ouvido
Debruçando-se em árias pela madrugada adentro
Suspirando em Tchaikovsky o meu doce alento

Toca-me com teu gosto sem de fato me amar no último ato
Quando a melodia se desfaz do então tocante acorde
Me ame então doce amor, do que não é ilusão, coração valente

Se desfaz, então, meu amor do suplicante pranto
Rouba-me com prazer de lembranças pra que me recorde
De ser tua unicamente, e de ser meu no meu coração, para todo sempre...


sábado, 11 de agosto de 2012

Uma canção do vento e da chuva





Não tão distante daqui vem uma canção
Numa noite vazia e fria
Então o silencio se torna melodia
E já não se sente tão sozinho dentro do próprio coração

E as ondas começam a quebrar contra a areia
A ventania assovia no telhado da cabana
As notas a aquecer junto a chama na lareira
E já não se está sozinho,
Há o som a preencher o olhar que vaga a escuridão...

E a música nos faz junto dançar
Rodopiar na cabana da porta ao fundo
E a musica nos faz cantar
Libertar o corações ao mundo.

A noite é fria e escura mas no calor da cabana ela não pode alcançar
A não ser se deixar e mesmo à noite e ao escuro boas vindas dar.
pois tudo pode ser belo e leve se souber cantar
tudo pode ser belo e leve se souber dançar

A chuva que vem brincando com o vento
São como dois corações a se encantar com o tempo
Se entrelaçam em rimas dedilhadas ao próprio toque
E então se tornam melodia de uma canção sem fim

Uma dança pura de emoções,
O toque que choca ao próprio tato
E então na magia do que não se entende nas canções
Mas aquece ao coração numa cabana à beira da praia
Se mesclando com uma chuva de verão...

A chuva e o vento passam,vão brincar juntos - sempre -  em outro lugar
onde semmre presenteiam com a brisa e o orvalho
E o sol nasce no horizonte, anunciando um verão sem fim
A melodia fica nos corações, ondejando como o mar
num ritmo constante sempre a os aquecer

As cores da aurora marcam o início do porvir
O vermelho o amarelo e o laranja, cores de emoção
Quentes como as notas da canção
batem à janela da cabana anunciando a nova estação

E já não se está sozinho quando se sabe amar alguém
E já não se é só quando juntos ouvem a chuva na cabana
E se tornam eternos como a dança da chuva a bruncar com o vento
E são apenas uma canção que se eternizou ao longo do tempo...

Hoje...




Como queria por hoje me esquecer
Deitar no gramado sobre a leve brisa
Olhar para o céu acima
E apenas me permitir esse momento viver

E então surgindo sobre as minhas mãos um desejo
Tomar meu pincel entre os dedos
E o colorir o céu azul acima de mim
E desenhar um tapete mágico
E abraçar uma nuvem ao fim

Me permitir não pensar em qualquer coisa
Esquecer quem eu mesma hoje sou
Há um céu azul brilhante de esperança
E coisas que em mim mesma não restou

Ainda sinto em mim mesma emoções
E ainda me encontro com aquela garota que um dia fui

E não há nada em minha frente, exceto o céu azul
E o pincel entre meus dedos,
A vida descoberta em um singelo segredo
Que a minha alma hoje seduz...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Novembro




Lentamente chega novembro
E ao fechar os olhos eu posso vislumbrar uma folha ao chão
Um parque, um passeio, uma vida toda em um minuto,
E a vida toda a se viver num recordação...

Do teu sorriso fácil quando me olhava nos olhos
Da morna respiração na minha pele quando me tomava em teus braços
Do sussurro próximo a me fitar a face
E então na antecipação que palpitava meu coração quando enfim me tocasse

E a vida girando e nas luzes da roda gigante
E a música sem nexo que fica ao fundo
O mundo nos parando naquele instante
E os teus lábios nos meus, nos tragando pra nosso próprio mundo...

E então são nossas lembranças
E muito mais que apenas nosso próprio sentir
Os mesmos momentos que neste fim de tarde me abraça
E meu coração faz desejoso em meu partir...

A caminhar pelas ruas sem destino algum
Talvez penso eu que novembro pode estar bem aqui
E o vento que vem em um dia comum
É apenas um dia, e não mais tão longe daqui...
É sempre novembro dentro de nós mesmos
E um beijo perdido em nós mesmos...