Simplesmente lindo, como a mais bela amizade

Simplesmente lindo, como a mais bela amizade

sábado, 26 de março de 2011

Viagem pelo tempo...




Às vezes, tudo o que se precisa fazer é se atirar de cabeça
Pular sem medo, rumo ao desconhecido
Embarcar naquele trem sem destino
E apreciar o que cada curva do caminho mostra

Deixar-se inundar por dentro, com pequenos sentimentos momentâneos
Fechar os olhos e sentir, a carícia morna do sol
Abrir os braços e sentir o vento tocar a pele
Fazer silêncio para ouvir as batidas do próprio coração

Dar um passo com os olhos fechados
Sorrir com a mais bizarra situação
Abrir os braços, e acolher o que a vida oferece
Abraçar cada último vestígio de luz, como se ele fosse o último a ser visto…

Mergulhar na imensidão da escuridão
Sentar-se sob o gramado e olhar para cima
Apreciar a beleza luzida e fulgurosa do céu acima de nós
Sonhar com os olhos abertos, feche os olhos e apenas as toque…

Sair sob a chuva e apenas tirar os chinelos dos pés
Deixar-se encharcar com o vento, e apenas sentir a lama sob a pele
Sorrir para si mesmo, para o tempo, para a vida…
Sorrir porque você pode parar e voltar à estação que desejar…

Abra os olhos, observe o que cada linha do espelho te diz
Não veja apenas o que o tempo modificou
Mas o que esse tempo fez a você

Inspire lentamente o perfume que ele te trás
Não tenha medo de fechar o olhar,
Jamais reprima a lágrima que cairá…
Ela é a mais fiel palavra que você dirá a si próprio

E então, quando enfim descobrir o que o destino final quer mostrar
Apanhe apenas as belas fotografias que guardaste da viagem
Deixe tudo para trás, apenas desembarque e vá matar as saudades
Saudades do que jamais vivestes de verdade, mas com que sonhastes a vida toda…

sexta-feira, 25 de março de 2011

Embarque...



Eu me embebedo com cada palavra que sua boca diz
Me deixo perder em cada pequenina silaba que pronuncias
Embarco naquela estação em que badala o sino
E me deixo guiar em um destino incerto

A paisagem que me mostra a vidraça
É feita de cores e formas que eu jamais poderia ter imaginado
Cada pedacinho diferente e mesmo tao desiguais
Se completam em cada curva do caminho

Há tempos em que a paisagem se mostra a mesma
E tempos em que mudam de estações
Pedacinhos de momentos que marcam cada parada do caminho
E que voltam a cada nova viagem

Eu me perco ao desembarcar na ultima estação
Ela é escura e não consigo enxergar sobre o vidro escurecido
Eu temo o primeiro passo
E simplesmente coloco os pés para trás

Não é como se eu fosse covarde, ou algo parecido
Mas… Eu não consigo avançar, há algo que prende ao mesmo lugar
Resquicios de ventos que enviam uma corrente repentina
Ao fundo do ser, e que simplesmente paralisam cada movimento

Eu volto ao mesmo trem que já esta de partida
Volto a observar a mesma paisagem que tanto me encantou
Volto a apenas ser o espectador na terceira pessoa
Que simplesmente observa mudo e invisivel
Cada despontar novo no horizonte…

quarta-feira, 2 de março de 2011

Eu e você

Lá fora venta e pela vidraça eu observo a fina pelicula que a garoa cria
Está um tanto frio
Me enrolo em meu cobertor e procuro o sossego que só o sono me dá
Eu fico a pensar em tudo isso

Nas coisas que tenho vivido
E principalmente nas coisas que minha imaginação
Cria em um mundo colorido, embalado pelo doce sabor dos sonhos

Não é como se eu quisesse romper as fronteiras reais
É apenas como se meu coração quisesse vaguear por ai
Andando e saltitando por minhas cordas de condão
Tocando melodias que me aquecem naquele dia

Eu me perco por segundos sem fim
Em lembranças que me enlevam, me enternecem e encantam
Em momentos tão reais que quando os toco
Se vão com a brisa na manhã…

Se deixar perder, se deixar levar, simplesmente flutuar
Tão fácil, tão complicado, tão simples
Como o suave roçar das asas de uma borboleta na pele
Ou o cheiro suave que só a chuva traz…

Sinto a textura, a forma e melodia
Que cada nota sua imprime
Sinto-me erguer na mais alta montanha a apreciar
Eternizar, registrar e saborear o sabor que traz o vento

Eu me deixo levar
Me jogo com a correnteza
Mas meus pés estão soldados, presos e firmes
Na campina em que os deixei!

Meu coração alça voos longíquos
Se perde nas entrelinhas da saudade
Navega contra a correnteza
Do mar do esquecimento

Eu sei que luto em vão
Que apenas vivemos em nossas fantasias
Que nos perdemos na tenue linha
Que nos separa para então nos unir

Não é como se meu sentimento ficasse ali
Ele faz o que quer
E pra isso ele não me pede permissão
Levanta e alça voo, rumo ao destino que a pouco cheguei

E eu me volto assim a despertar
A abrir a vidraça e a me sentar
Sentindo a chuva me acariciar
Trazendo com ela a melodia que o tempo levou